O Mito do Resgate se baseia na crença de que alguém ou algo virá nos salvar financeiramente. O salvador pode ser um parceiro, um familiar, um emprego dos sonhos ou até mesmo um golpe de sorte. A essência é a mesma: a ideia de que não precisamos assumir total responsabilidade pela nossa situação financeira.
Muitas mulheres, incluindo parte de minhas clientes, vivenciam essa armadilha psicológica em diferentes níveis. Elas podem ignorar o quanto recebem e/ou gastam, esquecer datas de pagamento, extrapolar o limite do cartão de crédito ou simplesmente evitar o planejamento financeiro, sempre confiando que alguém ou algo vai resolver as coisas por elas – seja agora ou no futuro.
Porém, essa mentalidade nos leva a uma espiral de falta de autonomia e senso de incapacidade. Nos impede de assumir o controle de nossas vidas e nos coloca em uma posição de dependência.
Podemos dizer que existe uma profunda ambivalência: um desejo admitido de ser livre e independente versus um desejo inconsciente de estar segura e protegida, portanto, dependente. Esses dois impulsos opostos anulam-se mutuamente, deixando-nos paralisadas.
“Por que, tendo a chance de crescer, tendemos a recuar? Porque as mulheres não estão acostumadas a enfrentar o medo e ultrapassá-lo. Fomos sempre encorajadas a evitar qualquer coisa que nos amedronte; desde pequenas fomos ensinadas a só fazer as coisas que nos permitissem sentir-nos seguras e protegidas. O fato é que jamais fomos treinadas para a liberdade, mas sim para seu oposto: a dependência – Collete Dowling
Estar a par das finanças pessoais é uma boa política emocional, é um contato momento a momento com a nossa própria realidade – e com a construção de novas possibilidades. É como sair do banco do carona e assumir a condução da própria vida.
Não espere que uma crise acabe com sua inércia. Seu despertar não precisa ser traumático ou doloroso. Lembre-se, é preciso uma tomada de decisão e ela é urgente.
Mas então, como quebrar o Mito do Resgate e assumir o controle de nossas vidas financeiras? Aqui estão três passos importantes:
1. Esteja aberta à possibilidade: E se o resgate nunca vier? E se aquilo que você acredita ser a sua tábua de salvação desaparecer? Precisamos encarar essa possibilidade com coragem e aceitação.
2. Reconheça a verdade: Ninguém fará isso por você. A responsabilidade pela sua vida financeira é sua e somente sua. Encare essa verdade de frente e sem desculpas.
3. Dê o primeiro passo: Acredite que você possa fazer isso por si mesma. Tome a iniciativa. Comece pequeno, se necessário, mas comece. Aprenda sobre organização financeira, faça um plano, estabeleça metas realistas e trabalhe para alcançá-las.
Quebrar o Mito do Resgate não é fácil. Olhar para a própria vida financeira pela primeira vez, pode trazer à tona uma gama de sentimentos, como tristeza, medo, vergonha ou culpa. Mas acredite: você é capaz de aprender sobre seu dinheiro e eu estou aqui para te ajudar.
Vamos juntas? 🤎
Olá, meu nome é Ursula Paes, sou especialista em Finanças Comportamentais
Quero ajudar você, mulher, a ter mais autonomia, segurança e liberdade, através de uma relação mais saudável com o seu dinheiro.