O primeiro nome da lista

Você já se viu parada dentro de uma loja, segurando um produto que adoraria levar pra casa, mas, mesmo tendo dinheiro, sentiu o coração apertar e pensou: “Será que eu realmente preciso disso? Não seria melhor usar esse dinheiro em outra coisa?”

Talvez você queira fazer um curso, um cuidado estético, ou até uma viagem sozinha para respirar. Mas, na hora de dizer “sim” a si mesma, a culpa aparece. Afinal, na cartilha da sociedade, mulher que gasta consigo mesma é “fútil” ou “egoísta”.

É como se, o tempo todo, alguém reafirmasse que só é permitido gastar com a família, a casa ou com aquilo que julgam “necessário” — mas nunca com você.

Desde sempre, nos ensinaram que “ser boa” significa sacrificar os próprios desejos. Mas enquanto você luta para ser “a melhor versão” na cartilha dos outros, mal consegue ser suficiente para si mesma.

No fundo, você espera que alguém diga: “Tudo bem, você merece.” Como se o aval dos outros fosse a autorização final para você se priorizar. E, enquanto aguarda um “decreto oficial” que não vem, seus desejos ficam no rascunho. 

A verdade é que ninguém além de você mesma pode se autorizar.

Não estou dizendo para você sair comprando tudo de forma aleatória ou de descontar as frustrações no cartão de crédito. A ideia é se incluir na lista de prioridades do seu planejamento financeiro.

Defina um valor, mesmo que pequeno, para investir em você todos os meses — seja num curso, em lazer, em autocuidado ou em qualquer outra coisa que faça sentido agora. Reserve esse valor, por menor que seja, para um “cofrinho pessoal”. Assuma um compromisso. Já comece o mês sabendo qual valor será investido em você mesma.

Quando você se organiza, a culpa tende a diminuir, pois existe um critério real. Você deixa de agir (ou deixar de agir) movida pela culpa e passa a tomar decisões conscientes.

Então, meu convite para você hoje é: coloque seu nome na planilha. Faça dele a primeira linha, não a última. Pode parecer simbólico, mas é um passo gigante para quem passou a vida se deixando em segundo plano.