E se o resgate nunca chegar?

Você já se pegou esperando que alguém resolvesse sua vida financeira — um parceiro, um emprego dos sonhos ou até mesmo um prêmio milionário? Lá no fundo, fica aquela sensação de que, de alguma forma, você não precisa assumir totalmente essa responsabilidade, pois se você esperar o suficiente, algo bom vai acontecer.

Mas por quanto tempo você vai esperar esse resgate? E se ele simplesmente não vier?

Para muitas de nós, isso não é apenas um detalhe. Crescemos acreditando que cuidar do próprio dinheiro não seria tão urgente, porque “no final tudo sempre se resolve.” Assim, sem perceber, ficamos presas a um mito que nos mantém em posição de dependência — e a dependência limita. Você se sente impotente, incapaz de assumir o controle das situações.

Eu entendo o quanto isso pesa.

Queremos ter a liberdade de decidir nossos passos, mas também desejamos a segurança de estar protegidas por algo ou alguém aparentemente mais capacitado que nós. Quando esses dois impulsos se chocam, ficamos estagnadas, como se uma parte quisesse crescer, enquanto a outra tivesse pavor da responsabilidade que isso traz.

O resultado?

Você ignora boletos, esquece datas de pagamento, estoura o cartão “só desta vez”. A verdade é que, lá no fundo, você gostaria que alguém cuidasse de tudo. E, enquanto esse “resgate” não chega, a paralisia aumenta, a confiança diminui e a angústia se torna companhia diária.

A segurança financeira que você deseja não vai surgir de fora. Ela nasce das suas próprias decisões.

Se, em vez de torcer para alguém resolver, você decidisse encarar o que realmente importa: entender para onde seu dinheiro está indo, o que é prioridade para você e quais passos pode dar para garantir a sua segurança? Não é sobre ser expert em planilhas ou dominar todos os termos financeiros — é sobre não se subestimar, nem deixar seu bem-estar refém da sorte ou de outra pessoa.

Olhar para as finanças pode ser difícil, mas também pode ser o ponto de virada. Quando você percebe que seus sonhos não dependem de um improvável “resgate”, mas de um plano que respeite seu ritmo e suas escolhas, o mito da incapacidade começa a ruir. E isso não é só sobre dinheiro: é sobre se colocar no centro das decisões que definem a sua vida.